
Seus Livros - Seus encantos:

Primeiramente gostaria de agradecer à Luci, que para mim
além de inspiração já és uma amiga que além de me proporcionar leituras tão
agradáveis é uma grande parceira em minhas peripécias literárias e solidárias.
Quanto ao livro! Ah que livro, cheio de assimilações do
nosso dia a dia, da nossa sociedade consumista, egoísta, enfim características
bem típicas nas obras de Luci. Mais ao mesmo tempo, o livro mostra cotidianos
pra lá de divertidos e de pessoas de bom coração e que ainda existem.
Houve uma crônica que me encantei - “Parabéns a você” narra de forma peculiar e único um aniversário
que não chegou a acontecer “plantamos as
margaridas ao seu lado, guardamos os fogos e soltamos os balões para que te
acompanhem entre as nuvens”.
A crônica “Amém”
é muito engraçada, faz o leitor pensar que o Menino (personagem) é um gato, um cahorro, um menino mesmo... mais
você vai se surpreender com o que é o menino.
Dentre essas e outras Luci preenche o leitor com muita
doçura, graciosidade e espontaneidade.
Senhora dos Gatos –
Luci Afonso
Nessa obra de Luci – sim posso chamar de obra esse primor de
livro que a cada página nos surpreende ou com as crônicas ou com as
maravilhosas ilustrações de Marcia Bandeira e Lelo – o livro é um “fragmento da
vida real” por isso torna a leitura algo mais prazeroso ainda, porque por hora
ou outra você acaba se identificando com algum personagem, ou situação.
Adorei cada uma das ilustrações mais as que mais me chamaram
a atenção foram: um pavão, com penas
diferentes umas das outras, denotando a multidisciplinaridade de pessoas e
culturas existentes no mundo - uma gatinha
com uma fechadura na testa e a chave na boca, ilustrando uma das crônicas
do livro que fala sobre gatos e seus “segredos”.
Das crônicas, as que mais gostei, foram: a “Doidinha” que mostra que devemos agir
de acordo com o que queremos não importa o que os outros vão dizer; “Gemer, miar, amar” mostra o amor do animal (gato) pelo ser humano e do
ser humano pelo animal (gato) e “Palavrinha
ou palavrão?” que mostra claramente o que ultimamente vejo nos seres
humanos (que em São Paulo, pegam fila pra tudo, transportes públicos lotados e
estão sempre correndo e esbarrando uma nas outras – o que já é motivo pra
brigas diárias).
O livro é uma graça, que traz em si a essência do que é a
vida dos mais velhos, algumas culturas dos antigos que foram perdidas ao longo
do tempo, sinceramente esse livro me emocionou demais já que me fez lembrar minha
infância – vivida ao lado da minha vó, que me ensinou os bons modos, pedir a
benção, enfim, me ensinou os princípios da vida, princípios esses que são
esquecidos hoje nessa sociedade tão “MEDONHA”,
sim, eu disse medonha. Medonha pelo fato de as pessoas estarem querendo se
abocanhar a todo o momento, tirar proveito das pessoas e situações, falta de respeito,
paciência, educação e de amor a si e ao próximo.
Ri muito com a crônica “Barriguda”,
crônica esta que traz uma situação engraçada que acontece todos os
dias - que é uma mulher “gordinha” ser
confundida com “gravidinha”, e gostei muito de “Casas de infância” que
também me fez lembrar da casa da minha vó antes de ela ir habitar o outro lado
da vida.
Finalizo minha análise às obras de Luci com um trecho do
texto de Marco Antunes – contido na obra
“Velhota Eu?”:
“... essa mulher que
põe o dedo na ferida da brutalidade masculina, no corte do preconceito, no
ardor de nossos pequenos descuidos que ferem e machucam a alma... armada de sua
pena contra o mundo... Luci... sabem nos colocar na cena... uma maravilhosa
descoberta... (deixando) uma tal saudade de leitura...”
